terça-feira, 12 de abril de 2022

Reconhecimento facial



Reconheço

que me desconheço

Face ao espelho

Não conheço esse velho,

Essa candura infantil

E esse sorriso senil.

Faço a barba eletricamente

Para naturalmente me identificar.

O sensor avisa que não sou eu.

Quem é? Quem sou? Quem fui?

Acaso ainda me reconhecerei?

O eu é Rosa de Malherbe.

Ninguém sabe mais o que é.

Resta o perfume da identidade,

Essa impressão digital off-line.

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