sábado, 24 de setembro de 2022

Machado de Assis, cronista das classes ociosas

O autor está morto. Vejamos o que diz a sua obra. Com uma condição: sem ajuda de intermediários. Diálogo entre leitor e autor. Metodologia com nome e sobrenome originais: desencobrimento dialógico ou dialógica do descobrimento. Trazer à tona o que o texto guarda diante dos olhos de todo mundo. Machado de Assis criou a modernidade literária brasileira e inventou a pós-modernidade e a hipermodernidade? Quase. Em alguns aspectos, sim. Em outros, faltou pouco. Tudo ele fez ou esboçou antes dos outros. Até hoje nin- guém foi tão genial quanto ele em literatura no Brasil. Uma única coisa ele não teria feito: interessar-se profundamente nos seus textos de qualquer ordem – crônicas, romances, poemas, contos, cartas e dramas – pela vida dos negros escravizados que povoavam o mundo no qual ele viveu e escreveu. Só os brancos, especialmente os brancos ricos, seriam realmente protagonistas nas tramas do escritor. Quase nenhuma vida negra teria chamado a sua atenção na sua singularida- de a ponto de ser destaque em sua vasta e complexa obra. Há casos, contudo, em que o negro irrompe para logo desaparecer. Em raríssi- mas histórias um negro ocupa um espaço um pouco mais generoso. Como se explica isso? 


 

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