O autor está morto. Vejamos o que diz a sua obra. Com uma condição: sem ajuda de intermediários. Diálogo entre leitor e autor. Metodologia com nome e sobrenome originais: desencobrimento dialógico ou dialógica do descobrimento. Trazer à tona o que o texto guarda diante dos olhos de todo mundo. Machado de Assis criou a modernidade literária brasileira e inventou a pós-modernidade e a hipermodernidade? Quase. Em alguns aspectos, sim. Em outros, faltou pouco. Tudo ele fez ou esboçou antes dos outros. Até hoje nin- guém foi tão genial quanto ele em literatura no Brasil. Uma única coisa ele não teria feito: interessar-se profundamente nos seus textos de qualquer ordem – crônicas, romances, poemas, contos, cartas e dramas – pela vida dos negros escravizados que povoavam o mundo no qual ele viveu e escreveu. Só os brancos, especialmente os brancos ricos, seriam realmente protagonistas nas tramas do escritor. Quase nenhuma vida negra teria chamado a sua atenção na sua singularida- de a ponto de ser destaque em sua vasta e complexa obra. Há casos, contudo, em que o negro irrompe para logo desaparecer. Em raríssi- mas histórias um negro ocupa um espaço um pouco mais generoso. Como se explica isso?
Bom dia. Estás sumido do YouTube. Sentimos falta dos teus vídeos, principalmente nesse momento de turbulência social/política!
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